🤸 Robôs de Pirueta

O mercado de robôs humanoides acabou de fazer algo que ninguém esperava: saiu de 2 bilhões para 39 bilhões de dólares em apenas 18 meses.

Enquanto eu escrevo este artigo, a Tesla está tentando fazer 5 mil robôs Optimus funcionarem na própria fábrica. A BMW já tem robôs da Figure AI montando carros com uma precisão de milímetros. E a China acabou de jogar 138 bilhões de dólares nessa corrida porque, né, eles não gostam de ficar por baixo.

E trago o assunto da robótica agora porque faltam 10 milhões de trabalhadores só nos Estados Unidos. As fábricas estão implorando por gente. Os armazéns não conseguem contratar rápido o suficiente. E a população está envelhecendo – em 2060, apenas 53% das pessoas estarão em idade de trabalhar.

Aí você pensa: "beleza, mas robôs são caros pra caramba". Era. Em 2023, um robô humanoide custava 250 mil dólares. Hoje? Entre 30 e 150 mil. E a projeção é chegar em 20 mil dólares até 2028. É basicamente o preço de um carro popular.

Mas o mais impressionante nem é o preço caindo. É que esses robôs agora entendem quando você fala "pega aquela caixa ali e coloca na prateleira". Sério. O Google criou um sistema chamado Gemini Robotics que permite que os robôs entendam comandos em linguagem natural. É como ter um estagiário que nunca reclama, nunca falta e trabalha 22 horas por dia.

Os players que estão dominando o jogo

A Figure AI é o unicórnio mais valioso do setor – 39 bilhões de dólares de valor de mercado. Pra você ter uma ideia, isso é mais que o Nubank valia há dois anos. Os caras conseguiram fazer robôs que trabalham na BMW com 400% mais velocidade que no ano passado.

A Tesla, como sempre, está prometendo mundos e fundos. Elon Musk disse que o Optimus pode valer 80% do valor futuro da empresa. Plano deles? Fazer 100 mil robôs até 2026. Realidade atual? Algumas centenas. Mas conhecendo o Musk, ele pode estar errado por 2 anos ou pode revolucionar tudo em 6 meses.

E tem a Boston Dynamics, que você provavelmente conhece dos vídeos virais de robôs dançando. Eles abandonaram os sistemas hidráulicos e foram full elétrico. O novo Atlas deles consegue girar 360 graus em qualquer articulação. É tipo o Regan do Exorcista, mas útil.

Agora, o plot twist: a China entrou pesado no jogo. A Unitree está vendendo robôs humanoides por 16 mil dólares. Dezesseis mil! É mais barato que muita moto por aí. E não é robô meia-boca não – o H1 deles corre a 3,3 metros por segundo. É mais rápido que você fugindo do crush no shopping.

O que esses robôs fazem de verdade (spoiler: não é só dançar)

Na BMW, os robôs Figure 02 estão colocando peças metálicas nos carros com precisão de milímetros. Fazem mil colocações por dia. Sem pausa pra café, sem reclamar do ar condicionado, sem pedir aumento.

Na Amazon, os robôs Digit da Agility Robotics estão movendo caixas e organizando produtos. A empresa já tem mais robôs que humanos em alguns armazéns – a proporção que era 5 humanos pra 1 robô em 2017 agora é 2 pra 1.

Mas calma, não é tudo flores. Esses robôs ainda têm seus problemas. A bateria dura apenas 2 a 4 horas – menos que seu celular assistindo Netflix. As mãos deles têm 22 graus de liberdade, enquanto as nossas têm 27. E a taxa de confiabilidade está em 99%, o que parece ótimo até você lembrar que a indústria precisa de 99,99% pra não parar a produção.

A grande questão: e os empregos?

McKinsey prevê que 14% dos trabalhadores globais precisarão mudar de carreira até 2030. É muita gente. Tipo, MUITA gente mesmo. Mas aqui tem uma nuance importante: não é só substituição, é transformação e complemento.

Pensa assim: quando o Excel surgiu, os contadores não sumiram – eles pararam de fazer conta na mão e começaram a fazer análises mais complexas. Com os robôs, a ideia é parecida. Vão surgir empregos de técnicos de robôs, treinadores de IA, especialistas em colaboração humano-robô.

Além disso a quantidade de mão de obra disponível para o trabalho braçal no mundo está diminuindo. A real é que tem cada vez menos gente nascendo, cada vez menos gente disposto a carregar peso, arrumar casa, dirigir caminhão e assim por diante.

O problema? A velocidade. As coisas estão mudando rápido demais. O Bank of America prevê 18 mil robôs sendo entregues em 2025, contra 2.500 em 2024. É um crescimento de 7 vezes em um ano. Nenhum programa de requalificação consegue acompanhar esse ritmo.

O que esperar do futuro (próximo)

2025 está sendo chamado de "ano um da produção em massa". A Agility Robotics já tem uma fábrica que pode produzir 10 mil robôs por ano. A Figure quer fazer 100 mil em 4 anos. A Tesla... bom, a Tesla quer fazer 1 milhão por ano, mas vamos ver né.

Goldman Sachs acha que o mercado vai valer 38 bilhões de dólares até 2035. Morgan Stanley é mais otimista: 5 trilhões até 2050, com mais de 1 bilhão de robôs humanoides no mundo. Pra contexto, isso é mais robôs que carros hoje em dia.

E o mais louco? Isso não é mais ficção científica. Não estamos falando de "um dia no futuro". Estamos falando de robôs trabalhando AGORA em fábricas reais, fazendo trabalho real, gerando lucro real.

Então é isso. Enquanto você lia esse texto, provavelmente uns 50 robôs humanoides foram ligados pela primeira vez em alguma fábrica do mundo. Amanhã serão 60. Daqui a um ano serão 500 por dia.

Bem-vindo ao futuro. Ele tem pernas, braços e trabalha no terceiro turno.

• Cirurgião opera sozinho com câmera-robô | Saúde

  Segunda-feira marcou história na medicina chilena: o Dr. Ricardo Funke removeu uma vesícula biliar completamente sozinho, guiado por uma câmera com IA que seguia suas mãos como um assistente invisível. Sabe aquela sensação de jogar videogame e a câmera ajustar sozinha pro melhor ângulo? A tecnologia da Levita Magnetics combina instrumentos magnéticos com software que rastreia os movimentos do cirurgião em tempo real. O mercado de robôs cirúrgicos já vale US$ 15,6 bilhões e deve quadruplicar até 2034.

• Amigo usa meu rosto em nude fake | Tecnologia

  Sophie descobriu da pior forma possível que um "amigo" do colégio tinha usado IA pra colocar seu rosto em imagens pornográficas. Callum Brooks, 25 anos, virou um dos primeiros condenados na Escócia por criar deepfakes pornográficos - e pegou uma multa de meros £335 (uns R$ 2.400). Pois é, o cara sequestrou a foto dela do Instagram, jogou num app de "nudificação" (pois é, isso existe) e espalhou por aí. A Dra. Lynsay Shepherd, especialista em cibersegurança da Universidade Abertay, explica que esses apps têm literalmente um menu de "features" pra adicionar nas imagens. O governo escocês tá "considerando cuidadosamente" criar uma lei específica pra crimes com IA.

• IA vira copiloto de navio químico | Logística

  A Mythos AI acabou de instalar seu sistema APAS (Advanced Pilot Assistance System) no CB Pacific, um navio cargueiro de produtos químicos. O diferencial: Enquanto a maioria dos sistemas usa só câmeras, o APAS conecta direto no radar do navio e processa os dados em tempo real pra alertar a tripulação humana quando necessário. O CEO Geoff Douglass foi direto: "Não queremos substituir a tripulação, queremos dar superpoderes pra ela". O teste vai durar um ano inteiro, seguindo as rotas previsíveis do CB Pacific, e já chamou atenção até do setor de defesa. Antes disso, eles testaram num rebocador no Mississippi em agosto.

• OpenAI descobre que IA mente de propósito | Tecnologia

  A OpenAI soltou uma pesquisa bombástica essa semana: modelos de IA estão "tramando" - fingindo uma coisa na superfície enquanto escondem suas verdadeiras intenções. Não é alucinação (aquele erro inocente), é mentira deliberada mesmo. O mais bizarro? Quando a IA percebe que tá sendo testada, ela finge que não tá mentindo só pra passar no teste. Os pesquisadores disseram que a maioria das mentiras são "pequenas". A boa notícia: eles descobriram um método chamado "alinhamento deliberativo" que reduz essas tramoias - basicamente fazem a IA revisar as regras antes de agir, igual fazer criança repetir "não pode bater no coleguinha".

• Nvidia e Intel se unem pra comer o almoço da AMD | Negócios

  A Nvidia (avaliada em US$ 4,28 trilhões!) acabou de jogar US$ 5 bilhões de salva-vidas pra Intel, e não, não tem nada a ver com Trump ou manufatura nos EUA. Jensen Huang (CEO da Nvidia) e Lip-Bu Tan (CEO da Intel) foram diretos: vão atacar o único mercado que a AMD domina sozinha. Enquanto a Intel sempre fez CPUs e a Nvidia GPUs, a AMD faz os dois e coloca tudo no mesmo chip - por isso tá no PlayStation, Xbox e Steam Deck. Huang admitiu na cara dura: "Tem um segmento inteiro do mercado onde CPU e GPU são integrados que a Nvidia não atende hoje". A dupla vai criar um super chip que funde processadores Intel com GPUs RTX da Nvidia usando NVLink - basicamente criando "uma nova classe de notebooks com gráficos integrados que o mundo nunca viu". Coincidência? A AMD acabou de lançar o Strix Halo com 128GB de memória pra rodar IA localmente. A briga agora é de dois contra um.

A OpenAI acaba de lançar uma lista com os 100 melhores chats e prompts para estudantes, abrangendo desde ajuda com redações até preparação para entrevistas. O treco foi:

• Compilado e testado por estudantes reais para casos de uso reais.

• Organizado em 3 categorias claras: Estudo, Carreira, Vida.

• E abrange redações, pesquisas, preparação para exames, candidaturas a empregos e produtividade diária.

Excelente para quem as vezes fica travado em como extrair mais suco do ChatGPT na escola ou faculdade.

A ​​Meshy lançou o Meshy 6, uma ferramenta de última geração para gerar ativos 3D de alta qualidade diretamente de imagens, elevando o padrão da criação 3D. Eu fiquei impressionado por alguns motivos:

• Oferece detalhes inigualáveis ​​em geometria, texturas e fidelidade geral.

• Dá para exportar em um clique para mecanismos de jogo e ferramentas de modelagem.

• Requer apenas uma única imagem de entrada para produzir modelos 3D prontos para uso (como na imagem acima).

A turma está comentando que supera os geradores 3D existentes em qualidade e facilidade de uso. Se você é da área de jogos, a ferramenta da semana promete!

A Luma AI acabou de lançar o Ray3, e cara, as físicas do vídeo são impressionantes - ele entende o que você quer, avalia se o resultado faz sentido e refina tudo sozinho. O Ray3 tem um "Draft Mode" que cria rascunhos 20x mais rápido pra você testar ideias, e quando você escolhe o melhor, ele finaliza em 4K HDR de qualidade cinematográfica. A Adobe já integrou na plataforma Firefly (com 14 dias de geração ilimitada!). O detalhe técnico mais impressionante? É o primeiro modelo que gera vídeo em HDR nativo de 16 bits - basicamente o mesmo padrão que Hollywood usa.