⛓️💥 O Golpe da Libertação
Lembra daquele sonho de que a IA ia nos libertar do trabalho braçal? Que íamos ficar descansando enquanto máquinas inteligentes faziam tudo? Pois é, não está rolando.
Em 1930, o economista John Maynard Keynes olhou pro futuro e fez uma aposta: até 2030, estaríamos trabalhando apenas 15 horas por semana. A tecnologia ia resolver todos os problemas econômicos e a gente ia ficar de boa curtindo a vida, pensando em como ocupar tanto tempo livre.
Olha, não sei você, mas eu definitivamente não tô trabalhando 15 horas por semana. E aposto que você também não.
O problema não é que a tecnologia não avançou. Muito pelo contrário. O problema é que ela avançou para todo mundo ao mesmo tempo. E é aí que mora o perigo.
Bem-vindo ao paradoxo da alavancagem.
A ideia é simples de entender mas complicada de aceitar: toda vez que uma nova tecnologia aparece e facilita nossa vida, ela também facilita a vida de todo mundo. Então, no final das contas, a gente precisa trabalhar a mesma quantidade (ou até mais) só pra não ficar pra trás.
Antes da IA, a gente tinha que subir uma escada normal pra competir. Era trabalhoso, mas todo mundo subia no mesmo ritmo. Você escrevia suas palavras, fazia seus designs, produzia seu conteúdo, escrevia seu código.
Agora? A IA transformou essa escada numa escada rolante. Muito mais fácil de subir, certo?
Errado.
Porque agora todo mundo tá na escada rolante. Então você não precisa mais só chegar no topo da escada. Você precisa chegar muito mais alto, porque a escada rolante não para de subir e tem muito mais gente competindo com você.
É por isso que a internet tá inundada de lixo de IA. Você já deve ter percebido:
Resultados de busca cheios de artigos genéricos feitos por IA. Feeds sociais entupidos de imagens no estilo Studio Ghibli. Comentários de spam feitos por bots. Canais no YouTube e TikTok com aquela mesma voz robotizada narrando vídeos com stock footage sem graça.
Todo mundo pode criar conteúdo em 5 minutos agora. O problema? A maioria desse conteúdo é descartável.
E olha, é fácil criticar. Mas como dizem: você não tá preso no trânsito, você É o trânsito.
Resistir à tentação de desligar o cérebro e produzir mais uma unidade de conteúdo genérico é difícil. Porque é difícil adotar uma nova tecnologia e continuar colocando o mesmo esforço e as mesmas horas que você colocava antes.
Mas é exatamente por isso que só uma pequena fração das pessoas vai se dar bem com IA enquanto o resto fica pra trás.
Então, como não cair nessa armadilha?
A resposta tá em entender duas coisas:
Primeiro: pare de tentar resolver tudo com um prompt. A IA te dá um rascunho incrível, mas é só isso - um rascunho. Se você quer criar algo que as pessoas realmente amem, vai precisar passar mais 10, 20, talvez 100 camadas de acabamento em cima do que a IA te entregou. É como ser um artesão de verdade, não um operador de botão.
Segundo: seja uma vaca roxa. Aquela história clássica do Seth Godin nunca fez tanto sentido. Quando você vê mil vacas marrons no pasto, elas viram paisagem. Mas uma vaca roxa? Essa você não esquece.
Imagens estilo Ghibli são vacas marrons. Respostas genéricas de IA são vacas marrons. A maioria dos vídeos e códigos feitos por IA são vacas marrons.
Então faça diferente. Não precisa ser melhor. Precisa ser diferente.
Porque no fim das contas, o paradoxo da alavancagem não vai embora. A IA não vai te dar mais tempo livre. Ela só vai te dar mais ferramentas pra trabalhar mais rápido. E se você não souber usar essas ferramentas com inteligência e esforço de verdade, vai ficar cada vez mais difícil se destacar no meio do mar de mediocridade que a internet tá se tornando.
Seu próximo Uber pode ser um robô | Negócios
Uber e Nebius estão jogando 375 milhões de dólares em uma startup chamada Avride que já anda entregando pizzas com robôs. Agora? Querem robotáxis circulando em Dallas até o final do ano que vem — literalmente you e eu dentro de um carro sem motorista pedindo por Uber. Faz total sentido já que Waymo e Tesla estão crescendo bem, mas no que acreditamos ser a próxima geração do transporte público.
Seu olho é seu passaporte digital | Segurança
Direto da ficção científica, o Sam Altman está preparando um aparelho para dizer se você é humano: você olha para um orb (literalmente uma esfera com câmera) e prova que é humano, não um bot disfarçado. Enquanto bots estão multiplicando por aí criando caos nas redes, a Tools for Humanity ofereceu uma solução que parece saída de ficção científica — e melhor ainda? Ninguém descobre quem você é de verdade. Usar provas de conhecimento zero para verificar que você é maior de idade ou que é humano sem revelar sua localização, histórico de navegação ou qualquer coisa pessoal.
Seus óculos estão vigiando você | Tecnologia
Amazon tá transformando entregadores em cyborgs. Literalmente. Óculos inteligentes que mostram o caminho, identificam perigos, pegam o pacote certo — tudo sem você tirar o celular do bolso. A empresa investiu bilhões nisso, treinou centenas de entregadores, e agora quer expandir. Assim que você chega em um endereço, os óculos ligam sozinhos, mostram qual pacote você precisa pegar no carro, mapeiam a rota até a porta do cliente, e ainda marcam tudo como entregue — tudo hands-free, tudo no seu campo de visão. A Amazon tá pilotando com um grupo pequeno de entregadores agora, mas promete adicionar mais features antes de expandir (tipo detectar se você deixou o pacote na casa errada, avisar que tem cachorro no quintal, ajustar as lentes quando escurece).
Meta banindo ChatGPT do Whatsapp | Do Grego: στρατηγική
A Meta anunciou que vai banir o ChatGPT que funciona direto dentro do Whatsapp. Não é a primeira vez que uma empresa dá um block na outra para tentar salvar território: no passado o Twitter barrou as fotos do Instagram de aparecerem embarcadas no Twitter na tentativa de dar um boost nas postagens de fotos. Bom, a OpenAI já se posicionais que não precisa do Whatsapp porque tem site, app e agora até navegador de internet.
Trabalhadores de IA trabalhando 100h/semana | Profissão
Os principais pesquisadores e executivos de IA trabalham regularmente de 80 a 100 horas por semana. Eles consideram seu trabalho crucial para um momento seminal na história. Muitos são motivados pela intensa competição com rivais e pela própria curiosidade sobre as possibilidades dos modelos. Alguns agora são multimilionários, mas não têm tempo para gastar suas fortunas.
OpenAI soltou uma função que muda o jogo: Company Knowledge. Basicamente, o ChatGPT agora consegue conectar em Slack, Google Drive, GitHub, SharePoint, Gmail e mais um monte de ferramenta que você já usa. Quando você ativa isso, o modelo fica esperto o suficiente para procurar informações dentro da sua empresa e entender o contexto real — não aquele contexto genérico que ele conhece desde janeiro de 2025.
O que muda? Seus prompts ficam muito mais relevantes porque o ChatGPT agora sabe das regras internas de negócio, decisões que foram tomadas, roadmaps em andamento, feedback de clientes que você recebeu semana passada. Você não precisa mais copiar e colar informação manualmente. É como se o modelo tivesse acesso a toda a conversa interna da empresa e pudesse conectar os pontos automaticamente.
Exemplo: em vez de pedir “Crie uma estratégia de produto”, você pede “Baseado nos feedbacks dos clientes dos últimos 3 meses (no Slack), nas bugs abertas (no GitHub) e na roadmap que a gente definiu (no Docs), qual é o passo mais inteligente agora?” — e o ChatGPT procura em tudo, cruza as informações, e te dá uma resposta que faz sentido dentro do contexto real do seu negócio.
A funcionalidade está voltada para versões específicas do ChatGPT, como a Business, para poder ter um pouco mais de controle de quem pode ver o que.
CUIDADO: isso significa que você está abrindo as portas dos dados da sua empresa para o ChatGPT. Use com responsabilidade.
Aos amantes de Duolingo, atenção, a Perplexity está entrando no jogo de ensinar novas línguas aos povos e com isso ela lançou uma nova funcionalidade de linguagem dentro do seu produto. Como funciona:
O recurso gera flashcards com novas palavras, dicas de pronúncia e frases de exemplo diretamente no chat.
Os usuários também podem fazer perguntas gramaticais ou solicitar explicações durante conversas em andamento.
Ah, e se você é cliente Vivo você consegue ter o Perplexity Pro de forma gratuita por 1 ano inteiro, pelo plano. Tem mais informações aqui.
A startup sueca Einride está construindo o que pode ser a visão mais completa de transporte autônomo e elétrico, caminhões sem cabine, movidos por IA e coordenados por uma plataforma de logística digital. Sua filosofia: “Não é possível se tornar elétrico sem se tornar digital”. O site dos caras também é bonito demais.








