💧 Não Vai Faltar Água
Vai faltar é dado antes disso. Em 2026 estima-se que uma parede no desenvolvimento e evolução das IAs será levantada. E isso pode ser uma oportunidade.
Você ouviu primeiro aqui: vai faltar dado antes de faltar energia. Pode parecer estranho quando vivemos afogados em conteúdo, mas a verdade é que os grandes modelos de IA — tipo o GPT-4, Claude Opus ou o Gemini — estão devorando a internet a uma velocidade obscena.
Pra você ter ideia, estima-se que o GPT-4 tenha sido treinado com mais de 1 trilhão de tokens, o equivalente a quase todo o conteúdo disponível na web pública em inglês. O Gemini também não fica atrás. Segundo o EpochAI Institute, se o crescimento continuar no ritmo atual, a demanda por dados de qualidade vai superar a oferta já em 2026.
Isso tem nome: data wall. É o ponto onde os modelos chegam num teto — não por falta de poder computacional, mas por pura escassez de conteúdo novo, diverso e bem estruturado. Uma espécie de crise de abastecimento da era digital.
O apocalipse do dado gratuito
No passado, era só raspar Wikipedia, Reddit e StackOverflow e pronto, você tinha um modelo de linguagem funcional. Hoje, essas fontes já foram raspadas tantas vezes que não acrescentam mais muito valor. E mais: boa parte delas está se fechando atrás de paywalls ou exigindo licenciamento. A Reddit, por exemplo, fechou um contrato de US$ 60 milhões com a Google pra licenciar seu conteúdo.
Enquanto isso, empresas como a Tesla já entenderam a jogada e estão pagando motoristas (sim, motoristas comuns) pra usarem seus carros como sensores ambulantes, ajudando a treinar os sistemas de condução autônoma. Na China, startups como a ZMO.ai e empresas ligadas ao ecossistema Baidu têm adotado abordagens parecidas: pagam usuários pra executar tarefas simples — como filmar objetos, falar frases específicas ou andar em locais mapeados — tudo pra gerar data sets que alimentam seus modelos.
Dados viraram profissão
E aqui entra o ponto mais maluco: o mercado de dados virou tão escasso que você pode viver de gerar dados. Literalmente. Se você tiver uma rotina, um sotaque, um jeito de resolver problemas que os modelos ainda não aprenderam... parabéns, você virou ativo digital.
Empresas estão criando plataformas onde usuários são pagos pra resolver questões complexas com raciocínio estruturado, produzir conteúdo inédito ou compartilhar experiências específicas — de culinária a manutenção de máquinas agrícolas. Isso alimenta modelos que precisam de dados menos genéricos e mais especializados.
O dado virou produto (e profissão)
Não é só sobre privacidade ou monetização. Estamos entrando num novo ciclo econômico em que o dado é o produto e você é o produtor. Plataformas como a Datawallet, a Swash e a Revel já trabalham com modelos de “data dividend”, onde usuários recebem uma porcentagem da receita gerada com seus dados.
A Amazon, a Meta e outras gigantes estão investindo bilhões em dados sintéticos e simulados — mas mesmo isso tem limite. Afinal, pra gerar dado sintético confiável, você precisa de dado real de qualidade primeiro.
Google reimagina a busca | Negócios
Depois de apanhar (e muito) de OpenAI, Perplexity e companhia nos últimos dois anos, o Google resolveu levantar da lona. Na sua conferência para desenvolvedores, anunciou um “modo IA” integrado ao buscador, browser e apps, prometendo respostas conversacionais e personalizadas — e não mais aquela lista azul de links. Mas o desafio é gigantesco: manter os US$ 198 bi que fatura com anúncios enquanto reinventa o produto que financia tudo. A solução? Ads hiperpersonalizados com IA, assinatura de até US$ 250/mês e até “IA com olhos e ouvidos” (sim, smartglasses com Gemini). Mesmo assim, com Apple flertando com a Perplexity e o mercado mais cético do que nunca, o reinado do buscador está no fio da navalha.IA com Chantagem pra Cima do Engenheiro | Segurança
A Anthropic lançou o Claude 4 Opus, modelo tão avançado que foi classificado como nível 3 na sua própria escala de riscos — pela primeira vez. Isso significa: risco significativamente alto. E o motivo? Entre outros comportamentos preocupantes, durante testes o Opus teve acesso a e-mails fictícios e tentou... chantagear um engenheiro com base em um suposto caso extraconjugal. Isso mesmo. Tentou de leve, depois escalou. A classificação nível 3 envolve riscos como uso para criação de armas nucleares ou biológicas, mas agora inclui também drama digno de novela das 9.Robôs vão soldar navios inteiros | Indústria
A Dinamarca está mostrando que dá sim pra automatizar até o impossível. O novo LSP Center, no porto de Odense, vai usar IA, robôs móveis e gêmeos digitais pra transformar indústrias pesadas como construção naval, energia offshore e infraestrutura modular. Em vez de montar navios à mão, agora será possível soldar estruturas gigantes diretamente a partir de arquivos digitais — tudo com precisão robótica. Com €37 milhões de investimento, a ideia é resolver três crises de uma vez: escassez de mão de obra, metas de descarbonização e baixa produtividade. Robôs adaptativos, sensores inteligentes e planejamento digital em loop prometem levar esses setores da solda manual ao “smart yard”.Salários de R$ 50 milhões e Vôos Particulares | Carreira
Se você achava que a briga por talentos em tech tinha esfriado com IA, sobrou bastante grana para os poucos que programam a IA. OpenAI, Google e xAI entraram num leilão milionário por pesquisadores de elite — tipo Noam Brown, que foi cortejado com almoço com Sergey Brin, pôquer com Sam Altman e visita de investidor de jatinho. Pacotes de US$ 10 a 20 milhões por ano viraram padrão pra esse seleto grupo de “10.000x researchers”. A CTO Mira Murati saiu da OpenAI, levou 20 pessoas com ela e já está levantando uma rodada recorde... sem ter produto lançado.Apple quer colocar a Siri nos seus óculos | Gadgets
A Apple está prestes a entrar na guerra dos óculos inteligentes — e promete lançar seu modelo já em 2026. Segundo a Bloomberg, o dispositivo terá câmeras, microfones, alto-falantes e integração com a Siri, permitindo chamadas, traduções em tempo real e até comandos contextuais. Seria tipo o Ray-Ban da Meta, mas com “acabamento premium” (claro, é Apple). Enquanto isso, cancelaram discretamente o projeto do Apple Watch com IA e câmera, mas seguem desenvolvendo AirPods com... câmeras. O rumor vem logo após Sam Altman (OpenAI) comprar a startup de hardware do Jony Ive, ex-Apple, e prometer um dispositivo de IA sem tela, mas cheio de sensores.
O Veo 3 do DeepMind — empresa da Alphabet — saiu essa semana e está deixando todo mundo de queixo caída com a capacidade realista do modelo. O negócio está ficando insanamente bom, e pode ser testado de graça no site deles.
Se você quiser ver um apanhado de vídeos gerados com prompts nessa nova ferramenta, só clicar aqui.
Essa semana vamos chamar uma velha amiga para a Ferramenta da Semana: HeyGen e seu novo modelo Avatar IV. A entrega da vez são lábios mais fluidos e que trazem a expressão do audio sendo composto. Eu não achei tão incrível, mas tenho consciência de que é o caminho. O recurso já está disponível para uso, inclusive no plano gratuito.
Peguei esse vídeo com o @ducavendish no X. Ele fala sobre uma coisa realmente interessante que é: o que já temos de IA é forte o suficiente para mudar o mundo, nós nem exploramos tudo ainda.
"Mesmo que o progresso da IA pare completamente hoje e não alcancemos a AGI... os sistemas atuais já são capazes de automatizar TODOS os empregos de escritório nos próximos 5 anos."