Como a Dory inspirou um novo estudo de AI com baleias
A IA Está Quebrando a Barreira da Linguagem Animal!
Quem aqui ainda não viu o filme Procurando Nemo tem que pausar a leitura agora e ir assistir esse clássico. Agora, se você já assistiu vai lembrar da cena clássica da Dory falando “baileiês”, a cena ficou gravada na cultura popular e vale uma reprise abaixo:
Agora, e se eu te disser que essa cena pode virar realidade com uma pesquisa focada em usar inteligência artificial para falar com animais? É isso que vou explicar na newsletter de hoje.
Baleias, Cachorros-do-Mato e IA: Uma Conversa Inusitada
Gašper Beguš, um linguista da Universidade da Califórnia, Berkeley, está observando baleias cachalotes no Caribe. Ele não está só curtindo a vista; ele está ouvindo. Junto com biólogos marinhos, robóticos e até criptógrafos, ele está tentando entender o que as baleias estão dizendo. Eles chamam isso de Projeto CETI (Iniciativa de Tradução de Cetáceos). E não é só sobre baleias. Pesquisadores estão usando IA para decifrar os sons de cachorros-do-mato, golfinhos e outros bichos. Será que eles vão conseguir?
Assobios dos Golfinhos: Mais do que Apenas Barulho
Denise Herzing está usando IA para estudar os assobios dos golfinhos, descobrindo que esses assobios atuam como nomes. Ela espera avançar na tradução bidirecional, abrindo novas possibilidades para a comunicação inter-espécies.
Os golfinhos adoram nadar na frente dos barcos. Isso é chamado de andar de arco. “É como surfar debaixo d’água”, diz Marcelo Magnasco. Em um projeto recente, ele e uma equipe gravaram golfinhos cavalgando na costa de Bimini, nas Bahamas. “O que eles dizem um ao outro enquanto estão fazendo isso?” Ele pensa. Sua equipe ainda não terminou de estudar seus dados. (Observação: o vídeo fica melhor com um visualizador de VR.)
Um assobio de assinatura é um pouco como o nome de um golfinho. Luna e Trimy são duas fêmeas adultas de golfinhos malhados do Atlântico com quem Denise Herzing trabalha. Mas eles não se autodenominam “Luna” ou “Trimy”. Eles usam esses assobios.
A Magia da Aprendizagem de Máquina
A IA, especialmente a aprendizagem de máquina, está no centro dessa revolução. Ela pode vasculhar grandes quantidades de dados e encontrar padrões. Imagine abrir um aplicativo e conversar com alguém que fala japonês, francês ou hindi. Agora, imagine fazer o mesmo com cliques de baleia!
Mas não pense que é fácil. A comunicação animal vai além de palavras. Macacos Vervet têm chamadas diferentes para leopardos, águias e pítons. Elefantes se comunicam em roncos muito baixos para ouvidos humanos. E os cachorros-do-mato? Eles têm "palavras" únicas para pessoas, falcões, coiotes e cães domésticos. E ainda incluem informações sobre tamanho, forma e cor.
Gašper Beguš do Projeto CETI enfatiza que traduzir o significado requer entender o mundo social das baleias. “Estamos tentando ter uma representação realmente boa do mundo deles e do que é importante para eles,” ele explica. Isso destaca um aspecto complicado da tradução animal que vai além da tecnologia.
O Futuro da Tradução Animal: Desafios e Promessas
A IA traz promessas para a tradução animal, mas grandes obstáculos permanecem. Ainda assim, ela pode ajudar na conservação e desafiar suposições sobre inteligência. Talvez um dia, a tecnologia permita que o mundo natural fale, transformando nossa relação com outras espécies.
A IA está abrindo portas para entender a linguagem animal de maneiras que nunca imaginamos. Mas ainda estamos no começo dessa aventura emocionante. Quem sabe um dia você não estará usando seu smartphone para perguntar ao seu cachorro como foi o dia dele?
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