🇧🇷 Brasil no Meio do Caminho
A Anthropic acabou de publicar seu relatório econômico sobre uso de IA e trouxe o compilado dos números interessantes.
Analisei mais um relatório de 47 páginas da Anthropic e dessa vez foi mais uma edição do relatório econômico do impacto e uso de IA no mundo e trouxe um compilado dos números que importam.
Primeiro, a velocidade: 40% dos trabalhadores americanos já usam IA no trabalho. Isso pulou de 20% em apenas dois anos. Pra colocar em perspectiva, a internet levou cinco anos pra atingir taxas de adoção que a IA alcançou em dois. É como se estivéssemos assistindo a revolução industrial em fast-forward.
Calma que tem mais!
Singapura Voando, Brasil no Meio do Caminho
O relatório mediu o uso do Claude (a IA da Anthropic) em 150+ países. Singapura usa a ferramenta 4,5 vezes mais do que seria esperado pela sua população. Israel? 7 vezes mais. Enquanto isso, a Índia usa apenas 0,27x do esperado. Nigéria? 0,2x.

E o Brasil? Estamos ali no meio - nem voando, nem parados. Somos o terceiro país em volume total de uso (3,7% do uso global), mas quando ajustamos pela população, a história muda completamente.

Uma potencial explicação para isso? Dinheiro. A correlação entre PIB per capita e uso de IA é brutal. Cada 1% de aumento no PIB corresponde a 0,7% mais uso de IA. É a velha história: quem tem mais recursos, abraça a tecnologia primeiro.

O Plot Twist Americano
Nos EUA, a surpresa: Washington DC lidera o uso per capita de IA, não o Vale do Silício. Utah vem logo atrás. Califórnia? Terceiro lugar.
Os principais motivos de uso
DC usa Claude principalmente para editar documentos e se preparar para entrevistas de emprego.
Já a Califórnia foca em desenvolvimento de software.
Florida? Consultoria empresarial e fitness (sério, fitness!).
É como se cada região estivesse usando IA para turbinar aquilo que já faz bem. DC com sua burocracia, Califórnia com tech, Florida com seus negócios e... montar planilha de treino ao ar livre talvez? Brincadeira 😂
Empresas vs. Pessoas: Dois Mundos Diferentes
Aqui mora o insight mais fascinante do relatório. 77% do uso empresarial de IA é automação pura - delegar tarefa, receber resultado, fim. Já entre consumidores individuais? Apenas 50% é automação. O resto é aprendizado, colaboração, refinamento.
As empresas estão usando IA como martelo - ferramenta direta para bater prego. Pessoas comuns estão usando como parceiro de conversa. E isso tem implicações enormes pro futuro do trabalho.

As tarefas mais complexas precisam de contextos absurdamente maiores. Cada 1% de aumento no input gera apenas 0,38% de aumento no output. Traduzindo: se a empresa não consegue organizar seus dados para treinar a própria IA e escrever bons inputs, não tem milagre que faça o negócio funcionar. Empresas que não conseguem organizar e centralizar informação vão ficar para trás e gastar muito dinheiro.
O Futuro Já Tem CEP
O relatório deixa uma coisa clara: estamos vendo a formação de uma nova elite tecnológica global. Países ricos não só usam mais IA - eles usam de forma mais diversificada e sofisticada. Enquanto a Índia usa IA 50% do tempo para programação, países desenvolvidos espalham o uso por educação, ciência, negócios.
E o mais provocativo: países com menor adoção tendem a usar IA de forma mais automatizada (delegando tarefas completamente), enquanto países desenvolvidos preferem augmentation (colaboração humano-IA). É contraintuitivo, mas faz sentido - quem tem menos recursos precisa de resultados rápidos, quem tem mais pode se dar ao luxo de explorar.
E o Brasil? Bom, estamos surfando no meio da onda. Nem na crista, nem sendo engolidos. A pergunta é: vamos acelerar ou vamos assistir os outros passarem? Será que vamos aplicar o uso da IA de forma a mudar a nossa direção econômica, ou será apenas um recurso de entretenimento e que nos faz trabalhar menos?
Agentes de IA vão poder gastar seu dinheiro | Tecnologia
O Google lançou o AP2 (Agent Payments Protocol), um protocolo que permite que agentes de IA façam compras em seu nome - com mais de 60 empresas já participando, incluindo Mastercard, PayPal e American Express. O sistema usa “mandatos digitais” criptografados pra provar que você autorizou a compra, seja em tempo real (você aprovando) ou delegada (a IA comprando sozinha quando suas condições forem atendidas). Já funciona com cartões, cripto e stablecoins. Imagina mandar sua IA “compra ingresso assim que abrir a venda” e ela fazer tudo sozinha. Skynet começou pelo cartão de crédito.
Estudante de 19 anos comanda equipe do Grok após demissões | Tecnologia
Diego Pasini, que se formou no ensino médio em 2023, assumiu a liderança da equipe de anotação de dados da xAI (a empresa de IA do Elon Musk) depois que a companhia demitiu mais de 600 funcionários em uma semana. O jovem, que está “de licença” da Universidade da Pensilvânia, entrou na xAI há apenas 8 meses após vencer um hackathon e agora comanda os 900 funcionários restantes que treinam o Grok. Dois funcionários que criticaram a nomeação no Slack tiveram suas contas desativadas em questão de horas. Musk começou a seguir Pasini no X depois que o garoto postou defendendo o bilionário.
Gerentes agora fazem review de robôs, não de pessoas | Negócios
A Brex está virando suas operações de cabeça pra baixo: gerentes que antes cuidavam de equipes humanas agora fazem “performance review” de agentes de IA. A fintech criou uma plataforma interna onde qualquer funcionário pode construir e treinar robôs, e o resultado? Mais de 50% do suporte ao cliente já é resolvido por chatbot, processos de KYC que levavam horas agora demoram segundos, e a empresa acredita que pode ficar 5 a 10 vezes mais eficiente. O mais radical: estão parando de contratar especialistas e focando em generalistas que sabem “conversar” com IA. Em vez de gerenciar pessoas e fazer avaliações de desempenho, os L2 (gerentes intermediários) agora passam o dia refinando prompts e dando feedback para robôs. A COO Camilla Matias resume: “Se eu fosse começar a empresa hoje na era da IA, construiria as operações completamente diferente”.
Anthropic não contrata recém-formados: “IA já faz o trampo” | Carreira
Mike Krieger, CPO da Anthropic e co-fundador do Instagram, soltou em podcast: a empresa simplesmente não contrata recém-formados porque a IA já faz todo o trabalho entry-level. “Não temos programa de estágio e tendemos a não contratar quem acabou de sair da faculdade”, admitiu. A taxa de desemprego entre formados em Ciência da Computação já é o dobro da de formados em Filosofia (6.1% vs 3%). Krieger foi além: disse que dentro de um ano, Claude vai conseguir fazer tarefas completas de programação sozinho. Ele conheceu um empreendedor que usa Claude como gerente de produto, advogado e até “terapeuta de fundador”. O conselho dele pra nova geração? “Esqueça Python, aprenda a pensar em sistemas”.
Governo dos EUA assina Grok do Musk por $0,42 | Política
O governo americano fechou um acordo com a xAI do Elon Musk: todas as agências federais dos EUA agora têm acesso ao Grok (o ChatGPT do Twitter/X) por ridículos $0,42 por organização durante 18 meses. O acordo inclui os modelos Grok 4 e Grok 4 Fast, além de engenheiros dedicados da xAI para ajudar na implementação. É o preço mais baixo e prazo mais longo já oferecido pelo governo americano para IA. Josh Gruenbaum, da GSA, disse que é essencial para cumprir a promessa de Trump de que os EUA vão ganhar a corrida global de IA. Musk, modesto como sempre, declarou que a xAI tem “o poder computacional de IA mais poderoso e os modelos mais capazes do mundo”. Por esse preço, até o Detran daqui podia comprar e finalmente modernizar o sistema.
Um novo editor musical com IA, Mozart AI, foi lançado em versão beta, semelhante ao FL Studio, mas com redes neurais por baixo. A ferramenta ainda está gratuita. Para quem sempre quis produzir aquele próximo hit, a ferramenta tem:
Editor completo de faixas — editar áudios com IA ou gerar novos samples sob demanda
Carregue e processe — dá para trazer os próprios samples e aprimorá-los com modelos neurais
Remixagem instantânea — escolher gênero, estilo ou clima e obter variações em tempo real
DAW tudo-em-um — fluxos de trabalho tradicionais combinados com IA generativa
Eu não entendo muito sobre produção de música, mas me pareceu fácil de usar. Se você leitor entende, depois me diz aí se acha que é boa ou não.
O Google lançou um jogo interativo completo, projetado para ensinar os conceitos básicos de IA. O projeto inclui cutscenes, tarefas e estudos de caso reais, diretamente da gigante da tecnologia.
No jogo você vai aprender sobre redes neurais também, o que é bem interessante para sacar como computadores “pensam“.
Semana passada foi o robô que dava pirueta, essa semana o robô que faz manobra radical na bicicleta. Isso é loucura total.
No Instituto RAI, pesquisadores estão construindo o Veículo de Ultramobilidade (UMV), um robô semelhante a uma bicicleta, projetado para combinar a velocidade das rodas com a agilidade das pernas. O objetivo: dar às máquinas movimentos de nível de atleta por meio de IA e aprendizado por reforço.
Ele pesa cerca de 23 kg, pode se estender de 80 cm a 152 cm e foi projetado para sobreviver a colisões e aterrissagens bruscas.